O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou, nesta sexta-feira (18), o sargento da Polícia Militar José Almi Pinheiro pelo assassinato da ex-esposa, Francisca Carla Veríssimo Ramalho, e do empresário Adriano Pereira Alves, em crime ocorrido no início da noite do dia 6 de maio, no município de Marizópolis, Sertão do estado.
A denúncia, apresentada pela promotora Juliana Cardoso Rocha, aponta que o duplo homicídio foi motivado por vingança e ciúmes, e ocorreu sem qualquer chance de defesa das vítimas. A Promotoria de Sousa informou que não vai se pronunciar sobre o caso. A defesa do sargento também não foi localizada até a publicação desta matéria.
De acordo com o Ministério Público, a execução teve requintes de crueldade. Carla estava sentada na calçada com três crianças quando o sargento chegou com os faróis do carro apagados, desceu armado e atirou quatro vezes contra a vítima, inclusive quando ela já estava caída no chão.
Logo em seguida, o policial trocou de arma e disparou 10 vezes contra Adriano, que tentou se esconder no banheiro de um imóvel próximo. Os laudos periciais comprovaram que os tiros foram efetuados à curta distância e partiram das armas encontradas em posse do sargento. Ambas as pistolas foram apreendidas no momento de sua prisão.
Após cometer os crimes, José Almi fugiu para o estado do Ceará e se entregou na cidade de Iguatu, onde foi preso em flagrante, ainda portando as duas armas usadas na execução.
Conforme relatos incluídos na denúncia, Carla havia terminado o relacionamento com o sargento cerca de um mês antes do crime. Segundo familiares, o relacionamento era marcado por agressões físicas, ameaças constantes e comportamento possessivo.
Depois da separação, Carla voltou a morar com a família e passou a trabalhar com Adriano, que era seu amigo de infância. Essa proximidade teria despertado o ciúme e o sentimento de posse do ex-companheiro, que chegou a ameaçá-la de morte, dizendo que ela se arrependeria se se envolvesse com outro homem ou saísse para festas.
Na denúncia apresentada, o MPPB acusa o sargento pelos crimes de:
O processo tramita na 1ª Vara Mista da Comarca de Sousa. O Ministério Público também solicitou a manutenção da prisão preventiva do acusado e o envio da denúncia à Corregedoria da Polícia Militar da Paraíba.
O advogado das famílias das vítimas, Abdon Lopes, afirmou que a acusação buscará a pena máxima para o sargento:
“O entendimento nosso não duvida que foi ele. Ele estava insistindo na volta do relacionamento. Foi um crime cruel, movido por ciúmes. A acusação vai buscar a pena máxima”, disse.
Diante da gravidade dos fatos e da natureza dolosa dos crimes, o caso será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, responsável por decidir se o acusado é culpado e qual será sua pena.
Por Patos Online
Com informações do g1 PB
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