Mãe enterra filha em formigueiro; cão do vizinho acha corpo
Uma dona de casa de 33 anos foi indiciada por infanticídio e ocultação de cadáver, em São José do Egito, estado pernambucano na divisa com a Paraíba. Maria José de Brito Silva teria provocado um parto prematuro e enterrado a filha em uma cova rasa, minutos após o nascimento, há uma semana, no sítio da família.
O caso foi descoberto porque o cachorro do vizinho encontrou o corpo e levou para dentro de casa parte do braço da criança.
De acordo com o inquérito registrado na Delegacia de São José do Egito, Maria José, que é mãe de uma menina de 11 anos e outra de três, escondeu a gravidez do pai e, aos oito meses, resolveu abortar a criança. No dia 24 de agosto ela tomou um chá que precipitou o parto. Foi para um banheiro localizado nos fundos do sítio onde morava e deu à luz uma menina.
Pelo depoimento da acusada, a criança nasceu viva, mas teria morrido minutos depois. O corpo do bebê foi colocado em um saco e enterrado dentro de um formigueiro, nos fundos da propriedade. Anteontem, uma vizinha da suspeita se assustou ao ver o cachorro com um pedaço do braço de uma criança na boca. O cachorro acabou voltando ao local onde estava o restante do corpo e a polícia foi acionada.
Apesar do pai da acusada não ter percebido que ela estava grávida, os vizinhos já desconfiavam do fato e denunciaram Maria José. Ela foi levada para a Delegacia de São José do Egito, onde confessou o crime.
Como justificativa do ato, Maria José afirmou que abortou a criança porque seu pai não iria admitir que ela tivesse um filho fruto de um relacionamento de apenas uma noite. A acusada teria ficado com um homem que ela conhece só de vista e engravidou. Os oito meses de gestação foram encobertos com roupas folgadas e a justificativa de que estava engordando.
O crime de infanticídio corresponde ao homicídio de um recém-nascido pela própria mãe. Em muitos casos, o estado emocional da mãe ao cometer o delito é considerado um atenuante. Como não houve flagrante, a dona de casa vai responder ao inquérito em liberdade.
"Assumi a Delegacia de São José do Egito hoje (ontem). A parte mais importante da investigação, que era a ouvida da acusada já foi feita, mas ainda vamos intimar algumas testemunhas do crime antes de encaminhar o inquérito à Justiça", informou o novo delegado de São José do Egito, Jorge Messias Damasceno.
Redação com Sertão Informado